segunda-feira, 20 de julho de 2015

Downgrade nosso de cada dia - Uma reflexão

Olá, caros leitores! Neste segundo post, gostaria de abordar um tema um tanto quanto complexo, que causa certa polêmica: o downgrade. Pra você que não conhece, downgrade  é o termo utilizado para quando ocorre uma queda na qualidade de algum produto ou serviço. Um exemplo: quando você lê uma história em quadrinhos de seu herói favorito e, numa edição seguinte, você percebe que os desenhos não estão tão caprichados quanto anteriormente - aconteceu então um downgrade nos desenhos. É, talvez meu exemplo não tenha sido tão claro mas, com o resto do texto, acredito que as coisas fiquem mais compreensíveis. Com este artigo, quero fazer você parar e refletir mais a fundo sobre essa assombração da queda de qualidade.

O ponto de vista do jogador
PlayStation 2 + PlayStation 2 = PlayStation 4?
Acho que esqueceram de duplicar os componentes
internos...
Lá está você, todo animado para o lançamento daquele dito jogo. A produtora lança um gameplay, mostrando uma qualidade arrebatadora. Sua ansiedade então é ainda mais atiçada. Você aguarda meses e meses para gastar seu suado dinheirinho naquele disco (ou arquivo digital) que esteve em seus sonhos todas as noites. Com o jogo em mãos, o caro leitor não sossega até começar a aproveitá-lo. Porém, algo não está certo - tudo o que a produtora havia prometido (visualmente falando) não se cumpre. O fantasma do downgrade passa, então, a assombrar suas jogatinas. A decepção é inevitável. O jogo pode ser uma verdadeira obra prima, mas ainda assim aquelas inebriantes imagens do gameplay mostrado anteriormente continuam a vagar por seus pensamentos. "Por que? Meu PC (ou console) é capaz de rodar naquela qualidade!", pensa o jogador, com uma total sensação de desamparo. Senhores, é importante lembrá-los que os equipamentos em que as demonstrações são executadas são verdadeiras naves espaciais, máquinas da NASA. Além disso, as demonstrações não são o jogo final, não contendo o arquivo por completo para ser carregado e executado. Assim sendo, é possível agradar os olhos e arrancar dinheiro de vossas carteiras sorrisos de vossos rostos. Mas tamanha queda de qualidade não é justificável, o que acontece de verdade, afinal?

O ponto de vista dos desenvolvedores
Códigos e mais códigos... Ah, e mais códigos...
Imagine a seguinte situação: Seu professor lhe pede um trabalho. Este trabalho, obrigatoriamente, deve conter mais de cem páginas. O único problema é que você tem exatamente um mês para entregá-lo, não mais que isso. Lembre-se que você tem sua própria vida para cuidar, além de outras tarefas e obrigações. Essa é mais ou menos a vida de um desenvolvedor, para exemplificar de forma simples. Coloque-se no lugar deles: um jogo de grande porte, com diversas exigências, num curto período de tempo, tendo de cuidar da família, da casa e do próprio lazer. Além disso tudo, ele ainda vai enfrentar dias e mais dias observando códigos como esses da foto acima, para criar uma agradável experiência para você que está do outro lado da tela. E se tudo isso não bastasse, os investidores, que, na maioria das vezes, não entendem uma vírgula dos códigos, ficam pressionando o pobre trabalhador, para que o investimento seja recuperado o mais breve possível. Como você lidaria com essa situação? O trabalho de um desenvolvedor é muito complexo, e exige muito tempo, capricho e dedicação para que tudo funcione. Um exemplo real, e muito famoso, é o caso do game E.T.: The Videogame, lançado em Dezembro de 1982 para Atari 2600. Seu desenvolvedor era muito reconhecido no mercado e, sob pressão de investidores, teve de terminar o game em apenas duas semanas. Seria como fazer aquele trabalho do início do parágrafo em três dias. E mesmo assim ele conseguiu, um verdadeiro milagre. Com o curto período, no entanto, o jogo foi produzido de forma simplificada, sendo duramente castigado pela crítica especializada, o que levou o prestígio e a carreira do desenvolvedor para o buraco, infelizmente. Também podemos citar casos mais recentes, como os jogos baseados em filmes. Os desenvolvedores se apressam para que o lançamento combine com a estréia da longa-metragem nos cinemas. No final das contas, são jogos fracos, insossos e criticados por tudo e por todos. Resumindo, os desenvolvedores são como artistas (e muitos realmente são, especialmente os envolvidos no design), e apressá-los não é uma boa ideia.

Local onde foram enterradas as fitas de E.T. e a própria Atari
outros jogos da Atari, em Alamogordo, Novo México, EUA
Concluindo...

Pra encerrar, vamos analisar a situação como um todo: Downgrade é sim uma situação lamentável, mas da próxima vez que você quiser chutar o pau da barraca, não culpe os pobres desenvolvedores, que viram noites para trazer a melhor experiência para as prateleiras (virtuais ou não). Coloque-se no lugar deles, entenda a pressão que eles sofrem para trabalhar. Além do mais, um jogo não é apenas constituído por gráficos: um bom enredo, acompanhado por uma jogabilidade competente, já compensam todo seu investimento naquela obra digital. Aliás, esse será um dos temas abordados em um futuro artigo. E você leitor, o que conclui disso tudo? Concorda ou discorda? Comente aí!

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